Património
Hospital do Espírito Santo
(Actual Centro Cultural Emmerico Nunes)
Fronteiro à capela situa-se o edifício do antigo Hospital do Espírito Santo, cujas origens se
perdem na Idade Média, sendo certo que já existia em 1517, ano em que foi visitado por D. Jorge
de Lencastre, mestre da Ordem de Santiago.
Era à data administrado por um Juiz eleito pela Câmara Municipal, situação que se alterou em 1
de Outubro de 1630, passando então para a administração da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia
mediante autorização régia, concedida após audição do Senado da Câmara.
Antigo Hospital, hoje CCEN
A modesta construção com quatro casas térreas, ocupava apenas metade do terreno actual, pois a
restante área era ocupada pela Igreja do Espírito Santo. Foi reconstruída e ampliada após o terramoto
de 1755, graças em parte à generosidade do rei D. José, que para tal obra contribuiu com uma esmola de
400 000 reis, o que permitiu a construção de um primeiro andar com uma varanda virada ao sol, para
recreio dos convalescentes. No interior, o edifício possuía duas enfermarias, uma em cada piso, com
três leitos no r/c e quatro no primeiro andar, separados por painéis de madeira, e diversas outras
dependências, entre as quais uma casa destinada a acolher peregrinos de passagem pela vila.
Esta construção foi demolida, juntamente com a igreja anexa, na primeira metade do séc. XIX,
desconhecendo-se as razões que a tal levaram, sendo referido apenas por Francisco Luiz Lopes, em 1850:
“Devem-se louvores ao actual Administrador pela actividade e zelo com que se houve na construção desta obra pia.”
A ampliação e modernização do edifício vem permitir igualmente uma melhoria dos cuidados médicos nele
prestados, o que conduziu mesmo à abertura de uma “Botica”, cujo boticário se vem juntar ao médico e
ao sangrador já ao serviço do hospital. Neste edifício serão prestados os serviços de saúde à população
de Sines, por parte da Santa Casa, até à década de setenta.
Com a reestruturação da política de saúde o velho Hospital foi desactivado. Face à falta de espaços para
actividades culturais, a Câmara Municipal de Sines, na década de oitenta, protocolou com a Santa Casa o
usufruto deste espaço e, após obras de adaptação, criou o Centro Cultural Emmerico Nunes.