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A Santa Casa da Misericórdia de Sines há 160 anos
As misericórdias são instituições centenárias que vêm desempenhando um papel fulcral no apoio a todos aqueles que sofrem pela pobreza, a doença ou a solidão. Os seus membros, através do trabalho voluntário, oferecem a fraternidade a quem os procura. A Santa Casa da Misericórdia de Sines é uma das mais antigas do país, e também ela tem, e teve, um papel fundamental na vida do concelho. A notícia mais antiga que se tem da irmandade data de 1516, mas é possível que seja ainda mais antiga. Se recuarmos 160 anos, encontramos a irmandade activa e o hospital em funcionamento. Nesse ano já longínquo, a Misericórdia de Sines tinha 48 irmãos. Geria o Hospital da Misericórdia, onde hoje funciona o Centro Cultural Emmerico Nunes. O Hospital conseguia assistir, no máximo, 100 pessoas. Era possível ainda ter acesso a medicamentos na Botica, por um preço mais baixo. Neste período o Hospital tinha cerca de 60 doentes por ano. A misericórdia responsabilizava-se ainda pelos funerais daqueles que faleciam no Hospital. O concelho sofria, nestes tempos, de epidemias de cólera e de sezões, e a Misericórdia era um dos únicos pontos de abrigo. Neste tempo a medicina não atingira ainda os níveis a que estamos acostumados, e ir para o hospital significava muitas vezes ter um abrigo e um prato quente de comida. Ainda se sangravam os doentes, pois que se julgava a prática benéfica. No hospital trabalhavam então um cirurgião médico, uma enfermeira, um sangrador, o farmacêutico e alguns funcionários. Um banheiro levava os doentes a tomar banhos de mar. Hoje, como ontem, a Misericórdia continua a tratar como irmão todo aquele que precisa.
Drª Sandra Patrício Responsável pelo Arquivo Municipal de Sines