Mensagens do Provedor
O desafio endurece
De entre os principais objectivos definidos pela Administração na sua tomada de posse, no início do ano passado, destacavam-se:
- melhoria continua dos cuidados e conforto prestado aos utentes;
- melhoria da qualificação do pessoal na gestão e prestação de serviços;
- garantia da sustentabilidade da Misericórdia.
Podemos considerar estes objectivos como desafios, sobretudo nos tempos conturbados
que atravessamos, porque ao perspectivarmos um projecto criam-se expectativas e, por
vezes, uma certa ansiedade para a sua concretização.
Lamentavelmente, por motivos diversos e antagónicos, os atrasos são mais frequentes
que a celeridade que a nossa missão solidária exige, o que acaba por ser algo frustrante,
pois cada atraso aumenta o tempo de espera para os utentes virem a usufruir dos benefícios
que lhes proporcionam melhor conforto e bem-estar.
Sobre a gestão de expectativas, tem-nos acontecido todo o tipo de contrariedades:
não aprovação de candidaturas de apoio a projectos de construção e melhoramento de
equipamentos sociais, dificuldades na formação profissional, e alguma demora na
perda de velhos hábitos e vícios.
Temos ainda a própria conjuntura actual, nacional e internacional, que, com
reestruturações repetitivas e inquietantes, nos transmite também ansiedade e
preocupação na gestão dos meios disponíveis e projectos para o futuro.
Embora acreditando na nossa capacidade de contornar as dificuldades, não
podemos ser inconscientes e é nessa conformidade que estamos a iniciar o
nosso PEC interno, de forma a podermos enfrentar as adversidades internas
e externas que se perspectivam, sem perder do horizonte as melhorias contínuas.
Na prática, traçar objectivos é uma acção de exigência e coerência, embora
nem sempre de pacífica concretização. É neste contexto que todos em geral,
teremos de nos esquecer da habitual rotina e hábitos, e lançarmo-nos na luta
pela poupança, criatividade, esforço, empenho, partilha na comunicação, e
sentirmos que o nosso contributo está a ser positivo, e a ajudar a manter
a sustentabilidade da Santa Casa e do país.
Concluindo, nesta altura de reestruturação forçada e séria que estamos a atravessar
no país, mais do que nunca, temos de estar todos unidos e empenhados em gerir as
nossas acções solidárias, postos de trabalho, a continuação da Santa Casa e
estabilidade de Portugal.
Contamos também consigo.
Um grande Bem-haja para todos.
O Provedor
Luís Venturinha de Vilhena